segunda-feira, 14 de abril de 2008

Caminho do Ouro: de Ouro Preto a Paraty

A idéia de realização de um projeto envolvendo a Estrada Real nasceu durante a apresentação de um programa de televisão que tinha a Estrada como tema. As imagens do trajeto eram maravilhosas e naquele momento imaginei lindas aquarelas de cada uma. Acredito que esta seja a melhor técnica para se captar a beleza da natureza. E a Estrada Real é isso, uma beleza natural que o homem incorporou à sua vida há séculos. A aquarela inclusive foi utilizada pelos pintores viajantes nos séculos XIX para retratar o Brasil.


Comecei os preparativos para a viagem, porque eu precisava ver com meus próprios olhos e sentir bem perto a beleza da Estrada. Preparei-me estudando o melhor percurso, reunindo os materiais necessários, escolhendo o meio de transporte mais adequado (bicicleta), condicionando-me fisicamente, enfim tudo o que seria imprescindível para uma viagem desta envergadura. Reuni o essencial e peguei a estrada.


Comecei a viagem a partir de Ouro Preto. Um lugar tranqüilo e cheio de história. Dia após dia fui passando por praticamente todas as cidades da Rota do Ouro: São Brás do Suaçuí, Entre Rios de Minas, Conselheiro Lafaiete, Lagoa Dourada, Tiradentes, São João del-Rei, Carrancas, Cruzilha, Baependi, Caxambu, Pouso Alto, Itamonte, Itanhandu, Passa Quatro, Cruzeiro, Cachoeira Paulista, Lorena, Guaratinguetá, Cunha e Paraty. Lindas paisagens, pessoas hospitaleiras, enfim como eu havia imaginado. Sem maiores problemas, dignos de nota, cheguei a Paraty exatamente 8 dias após partir de Ouro Preto. Chegara ao fim! Vivo e muito realizado! O resultado desta pequena epopéia pode ser visto nas aquarelas que produzi a partir das fotos. Um tributo às belezas da Estrada Real e de Minas Gerais.


As obras que compõem a exposição “Caminho do Ouro, de Ouro Preto a Paraty; uma viagem através das aquarelas de Jean-Paulo” realizada na Galeria Paulo Campos Guimarães são, portanto, aquarelas, cujo tema remete às paisagens captadas durante a viagem pela Estrada Real, descrita acima.



Igreja de São Francisco de Paula (Aquarela s/papel 21 x 36 cm)

Pouso Alto II (Aquarela s/papel 28 x 56 cm)


Região de Pinheirinhos (Aquarela s/papel 28 x 56 cm)

Tempestade (Aquarela s/papel 38 x 56 cm)


Paraty - Minha Delisa (Aquarela s/papel 21 x 36 cm)



Ilustração botânica

A arte de ilustrar plantas é muito antiga e apreciada por povos do mundo inteiro. Desde o tempo dos faraós no Antigo Egito os homens costumavam usar motivos vegetais para decorar paredes, vasilhas e vestimentas.


Com o desenvolvimento das civilizações a arte botânica evoluiu, passando por etapas e métodos diferentes até chegar à forma como é conhecida hoje em dia, caracterizada pela extrema precisão morfológica e riqueza de detalhes. Surge então a figura do ilustrador botânico, pessoa que se especializa em ilustrar para a Ciência, contribuindo para a divulgação dos conhecimentos científicos relacionados com a flora em geral.


Até pouco tempo atrás (fins do séc IXX e começo do séc. XX), os naturalistas, cientistas viajantes que percorriam os continentes conhecendo e registrando os ambientes, animais e plantas, não possuíam outro recurso além dos próprios olhos, mãos e lápis para registrar o que viam. Faziam seus primeiros esboços no próprio ambiente onde estavam e depois de retornarem da viagem, em seus estúdios e laboratórios elaboravam belíssimas pranchas detalhadas que são consideradas, hoje, verdadeiras obras de arte.


A Ilustração Botânica é, em síntese, a arte de representar uma planta com a maior fidelidade possível, garantindo perfeito reconhecimento do vegetal. Através de aprimoramento técnico e artístico, o ilustrador capta todas as características formais da planta, traduzindo-as num trabalho expressivo, capaz de sensibilizar o observador.


Na atualidade, mesmo possuindo equipamentos fotográficos de alta resolução, pantógrafos, computadores gráficos de adiantada tecnologia, a arte botânica sobrevive pelos seguintes motivos: 1. nem a fotografia é capaz de registrar uma imagem focalizando-a, isto é, deixando a imagem nítida em todos os pontos, ao mesmo tempo, independente da posição e do tamanho do vegetal. Essa é uma característica do desenho e de técnicas próprias desenvolvidas pelos ilustradores. 2. desenhar e pintar são atividades especificamente humanas e como tais carregadas de emoção e sensibilidade que permeiam toda atividade artística, trazendo uma satisfação enorme para quem a pratica e também para quem observa os resultados. O uso de máquinas, de certa forma bloqueia parte das sensações que o artista pode vivenciar no processo de produção artística. Mesmo considerando os ensaios fotográficos como forma de arte, esta não se aplica no caso de um registro botânico.


A computação gráfica, hoje em dia tão difundida, se presta a inúmeras tarefas que facilitam o trabalho do desenhista em geral (quadrinistas, projetistas, designers, etc.), mas no campo específico da ilustração científica (botânica e zoológica) nada substitui a velha arte de observar, desenhar e pintar da forma mais tradicional possível, como faziam os homens das cavernas.




Seguem agora algumas ilustrações que fiz.





domingo, 6 de abril de 2008

Horizonte Transparente - construindo/desconstruindo a paisagem urbana - Lagoa da Pampulha

As aquarelas a seguir são do conjunto arquitetônico Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte.


Iate Club (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2002)

Lagoa - à tarde (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)

Lagoa da Pampulha à Tarde (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2002)

Igreja da Pampulha (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)

Horizonte Transparente - construindo/desconstruindo a paisagem urbana

Nas próximas aquarelas a construção/desconstrução se deu com imagens paisagísticas de BH.

Parque Municipal - Barquinhos (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)


Serra do Curral - BH (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)



Vista de Belo Horizonte (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)



Vista do Mirante (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)


Horizonte Transparente - construindo/desconstruindo pessoas

Algumas aquarelas da série Horizonte Transparente não foram concluídas propositalmente com o objetivo de mostrar o processo pelo qual passa a pintura. Nas imagens que se seguem o foco está nas pessoas que dão vida à cidade.


Carijós (Aquarela s/papel - 36 x 54 cm, 2002)




Feira Hippie - Dia de Sol (Aquarela s/papel - 30 x 75 cm, 2002)




Rua Rio de Janeiro (Aquarela s/papel - 17 x 37 cm, 2003)




Viaduto Santa Tereza (Aquarela s/papel - 36 x 54 cm, 2002)




Praça 7 com Rio de Janeiro (Aquarela s/papel - 36 x 54 cm, 2003)





Horizonte Transparente - Lagoa da Pampulha

O conjunto arquitetônico da Lagoa da Pampulha se constitui em paisagem ímpar na cidade de Belo Horizonte. Para fazer justiça a tal importância, pintei grandes aquarelas do conjunto.

Igreja São Francisco (Aquarela s/papel - 36 x 54 cm, 2001)


Lagoa da Pampulha (Aquarela s/ papel - 36 x 54 cm, 2001)


Museu (Aquarela - 36 x 54 cm, 2001)



Horizonte Transparente - paisagens urbanas

A série Horizonte Transparente também apresenta a arquitetura de Belo Horizonte com riqueza de detalhes. Alguns lugares parecem ter parado no tempo. São lindas imagens de uma cidade cheia de contrastes.

Vista parcial de BH - Viaduto (Aquarela s/ papel - 36cm x 54 cm, 2002)


Praça da Liberdade (Aquarela s/ papel 26 x 34 cm, 2001)


Mirante (Aquarela s/ papel - 24 x 54 cm, 2002)


Minha Comunista na Praça da Estação (Aquarela s/ papel - 24 x 54 cm, 2002)


Escola Guignard (Aquarela s/ papel - 24 x 54 cm, 2002)

Horizonte Transparente

Este trabalho busca retratar a cidade de Belo Horizonte em seus diversos aspectos pela através da técnica da aquarela. Nas telas que se seguem o aspecto da metrópole conturbada e movimentada. Pessoas indo e vindo incessantemente.Nenhum elemento é excluído, até mesmo as propagandas/poluição visual estão presentes na obra. Em algumas telas foram inseridos elementos que não faziam parte das cenas originais. São elementos pitorescos que se chocam com a realidade representada, criando uma relação artística com esta.
Esta série fez parte de exposição na galeria Murilo Castro em 2003.


Serraria (Aquarela s/ papel - 26 x 34 cm, 2001)


Praça da Savassi (Aquarela s/papel - 36 x 54 cm, 2002)


Praça 7 - Sábado de Manhã (Aquarela s/ papel - 36 x 54 cm, 2002)


Praça 7 (Aquarela s/ papel - 26 x 34 cm, 2001)


Feira Hippie 50% Off (Aquarela s/ papel - 36 x 54 cm, 2002)